quarta-feira, 13 de maio de 2009
Sou uma marionete...
Já perdi pai, amigos...e quando me dou conta deparo com a sombra deles distante de mim. Queria que elas se tocassem um dia, atrás do sol. Pensando nas tragetórias que me impuseram e guiaram, chego a conclusão que "sou a marionete de mim mesma". Eu me imponho deveres, gostos, desejos, anseios, amores, beleza... Se me sinto feiz, gorda, desarrumada...é pq eu defini minha marionete assim.
"Eu sou e sempre serei A MARIONETE DE MIM MESMA".
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Tontura
Não faça comigo o que faço com todos, apesar de tudo, o mundo não pára, o sol quer dar o seu presente, por isso não espere de mim os braços abertos que tanto sonhou, espere que a chuva chova quando tiverem gotinhas gorduchas pesando sobre sua cabeça.
Apesar de você não me dizer, eu já sei.
Eu só quero que você saiba todos os meus segredos. E sem se conter, me diga e me faça ser o quanto antes.Quero te dizer que hoje eu vi o mundo girar sem você ter que empurrar.Consegui uma melodia sem você ter que me ouvir. Ouvir...não quero mais!Quero falar, vomitar tudo que escondo por baixo dos meus cabelos, além do meu suor molhado que escorre até secar no chão.
Ás vezes penso no egísmo como falta de sentimento humano, mas ás vezes penso que não, que é um bem próprio para si. Quero me fazer bem, fazer as minhas escolhas no tempo que não é certo, ou antes ou depois. Só isso.
Me faz um favor: gira e perta o play, mas de vez enquando me dá um pause, pra vida descansar e o tempo parar de correr, ou, já que correr é tão bom, me deixa ver lá na frente!...como tudo isso vai ser...caso eu chegue.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Raia 7
Eu quero arrumar um Melhor Amigo por dia.
Por que as pessoas não se permitem serem Melhores Amigas de desconhecidos, mesmo que seja por um dia?
Se depois não quiser mais, tudo bem, é só não se encontrar mais, ué. Mas no meu entender falta permissão.
Eu fico aqui correndo ao seu lado e voc não enxerga. As pessoas em geral não enxergam quantos atletas correm aos seus lados todos os dias. Não veem e assim cruzam a linha de chegada sozinhas. Cada uma na sua raia. Qual a graça, Deus do céu. Por que não invadir a raia do coleguinha pelo menos uma vez ao dia?
Talvez isso melhore o rendimento das pessoas em questão que, na verdade, nem sabem ao certo para onde vão e, portanto, a velocidade nem importa.
Eu não gosto da minha raia. Poucas pessoas a invade. Talvez porque eu quase não fique nela, ocupado em invadir as raias alheias. Mas então deve ter gente invadindo a minha raia sem eu saber. A minha raia é a número 7. Eu corro por fora.
Será que depois dos trinta os melhores amigos serão aqueles que já conhecemos? Fiquei com medo de ser verdade porque sonhei com isso hoje. Alguém de bata longa munido de um cajado me afirmando que sim, depois dos trinta não se faz mais amizades de infância. Nâo me importei muito porque os amigos de infância são hoje os mais chatos e não sabem nada de mim, fiquei mesmo preocupado em Amizade de Infância representar Melhores Amigos.
Vou fazer linhas tracejadas nas bordas para que as pessoas entendam que elas podem entrar na minha raia. Na autoescola a gente aprende que não se pode mudar de pista de rolamento na existência de faixas brancas contínuas. Mas isso é pra carro, né. De qualquer maneira vou me prevenir. Amigos não precisam respeitar faixas contínuas. Na minha raia sempre vai ter lugar. É claro que vai haver raias com filas indianas. Mas a na minha não, to sempre folgado. Vem correr na raia 7.
Monta e desmonta; olhar wide screen; e você é um som
Monta e desmonta. Monta e desmonta
Quebra-cabeça. Cabeça-quebra.
Quebra de aflição, impaciência, fúria.
Quebra de vícios, sofrimento e dor.
Se eu ficasse sem comer...sem dormir...sem conversar...sem trabalhar...
se roesse unha...se gritasse... se chorasse...Será que adiantaria...
Não sei..sõ sei que minha cabeça-quebra. Quebra-cabeça de tanto montar e desmontar.
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Apertar o olho é mudar a visão, quando você aperta o olho, prende o ar da vista, que pode ficar seca, se você puxa o olho, a visão fica turva e parece uma tela de cinema com faixas pretas 'wide screen". Será que quem ´´e japonês vê que nem cinema?
Arregaço os olhos com as mãos, prendo o ar com as mãos, prendo o movimento com as mãos, tapo o espirro com as mãos, fico cega com as mãos, fico japa com as mãos.
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Chega, para, cala boca. Ah. Que ódio. Mas eu explico:
Hoje resolvi ficar de olhos fechados. Pra te sentir. Sentir você entrando em mim por canais poucas vezes acessados. Descobri que você é um som. De trombone. Você é grave e joga com mais ou menos intensidade.
Descobri também que você ensaia o tempo todo. O quê, eu não sei. Não entendo muito sua técnica. Mas seu ensaio pra mim é uma nuvem de leite, uma noite de gala. Sim, você me embala. Me paralisa, me irrita, me cala. Me faz querer seu som dentro de mim.
Como se eu andasse pelas nuvens ou ruas com um som dentro de mim. Vou te gravar num reprodutor portátil de sons e andar contigo pelas ruas... Nunca estarei sozinho exceto pela falta de bateria no reprodutor. Ééééé... você me toca.
Mas não posso compor um arranjo com você. Entenda! A não ser que seja um de flores. Mas convenhamos não tem muito a ver. E também não posso te dar som. Eu tenho corpo pra te dar agora. Corpo mudo. Talvez algum dia eu possa te dar som. Mas hoje ainda preciso te ouvir.
Puta que o pariu. Estamos trancados. Alguém não dá um jeito, por favor. Eu sempre torço pra que as portas não abram, a luz não volte, o estépi não exista e as greves continuem. Não entendo porque sempre há alguém disposto a solucionar problemas que serão facilmente solucionados. Mas já que serão facilmente solucionados que o deixem viver por mais tempo para ver até que ponto ele se agrava. Ninguém vai morrer por isso. Eu sempre vou deixar os problemas se agravarem mais um pouco e se puder contribuir para a não resolução do mesmo, o farei. Mas só porque você é invisível e atravessa as paredes. Uma onda sonora não viaja na velocidade da luz mas pode ultrapassar uma parede fazendo inveja a muitos super heróis. Por isso eu não posso te tocar mesmo te tendo dentro de mim. “Os heróis sofrem de falta de unanimidade”.
Mas peraí. Você não é tão melódico quanto parece. Você me engana, me deixa esperar por pausas longas. Mas não vai pensando que eu não danço outros sons. Danço siiiiiiimm, filha da puta. As vezes danço. Mas à sua espera, vamos, orgulhe-se, porque abandono qualquer som quando você volta a tocar. Mas não pense que vai ser sempre assim. Um dia eu me desengano, aprendo a tocar e você dança.
-------------------------Lembrei daquela brincaderia de corda:
- Essas cabeças são de todas que podem se quebrar...
quebra-cabeça...
terça-feira, 5 de maio de 2009
O ar na bola de sabão
Mesmo nas coisas em que só o que importa é a lentidão, como tomar um chá relaxante. Quando tomo um chá relaxante, eu o engulo como se estivesse num concurso de quem bebe chá relaxante mais depressa. Ou, se estou numa piscina aquecida com algumas pessoas e estamos todas olhando para as estrelas, eu serei a primeira a dizer: É tão bonito aqui. Quanto mais cedo você diz, É tão bonito aqui, mais depressa você pode dizer, Nossa, está quente demais para mim."
Trecho do conto O Homem na Escada, de Miranda July.

Dei um play novamente
Dei um play novamente.
Sente no sofa com cheiro de saudade...nos olhamos nos olhos... conversamos sobre a vida..ate que veio o silencio e ficou por alguns minutos.A ansiedade conseguiu me agarrar...entrei em contato com ela ,corpo a corpo...senti medo, friu, queria desistir mas não podia, ela me dava uma chance de senti-la novamente e permanecer com ela por algumas horas...
Nunca me senti tão dentro de alguem como nesse dia...minha permanencia com ela é forte ... sinto-a dentro de mim...rindo...gargalhando...fazendo cocegas...Como é dificil se entregar para coisas que desejamos de verdade...mesmo que seja proibido para ambos os lados.Mas se a ansiedade me deu esse presente por que EU vou recusar!!!Depois desse dia não tomei mais nada ,não comi mas nada ...
QUERIA SO ELA DENTRO DE MIM...pois se eu fizesse algo como comer ou beber ela poderia ir embora, e nunca mais voltar.espero sentir ela de novo...sentir o friu na barriga...o coração pular pela boca.ME SENTIR VIVA NOVAMENTE
ass: um corpo que permanece esperando ...
O peso e a sombra; A falta e a presença
Mas parece com um macaco. Tá! tá! tá!... não é isso ! É um pim-pim, que não quer parar, e o pim-pim não pára e você pode quebrar, pode botar fogo, demolir, implodir. O pim-pim é insistente, ele existe, o pim-pim é concreto e Ô PIM-PIM.
Vem pim em mim, me resolve antes de você ir, PIM, eu te peço: Vem pra cá, vai pra lá.Mas resolve isso que dói, no meu PÉM. Você não vai parar, então vai. Vai se embora de uma vez e fica com um PIM só do PIM-PIM. PÉM? Pra quê?
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Que peso na cabeça. Parece que eu vou furar o chão.
Eu quero furar o chão e como num parafuso atingir uma camada terrestre desconhecida, outras temperaturas, texturas, terras, camadas, bactérias...
Quero dormir furando o chão para ver se quando acordar eu já tenha atingido uma placa tectônica onde possa fazer uma casinha que se mova de tempos em tempos gerando terremotos e tremores para que vocês se fodam.
No fim resta o peso a ser espalhado.
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Falta de ar...falta de tempo...falta de amor...falta de sexo...falta de alegria...falta de ar...falta de conversa...falta de amigos...falta de família...falta de ar...falta de sonho...falta de amor próprio...falta de dinheiro...falta de ar...falta de respeito...falta de competência...falta de atenção...falta de saúde...falta..falta...faltava...faltará!
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presença de ar...presença de amigos...presença de familia... presença de conversa... presença de alegria...presença de amigos...presença de chocolate ...presença de fazer sexo como nunca... presença de mim mesma... presença... presença....cade vc dona Falta??? cade??cade???me ligue quando quiser estarei esperando...não suma por falte de mim... vc tem minha presença de atenção...se permite a minha presença em vc...eu em vc .... vc em mim...o mundo presente...na falta do mundo... tenha uma permanencia em vc...
Hollywood, canetas, gina/gira e apineia
EFUSIVO... IVO
Bate, bate, bate mais. Quero bater as palminhas até... A caneta pulou da mão, a mão solta a outra mão que vai pra mão do filha da mãe do coleguinha. Quero ater!Gosto do ar, llllll-lll-llLogo respiro (desenho de uma mão e um balão “Bate aqui!”.
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As janelas... esses vidros foscos... essa ânsia de saber o que se encontra atrás deste redutível material. Não enxergo... não vejo... não foco...Assim é que tento descobrir o meu futuro. Em que? Não sei... onde? Não sei... com quem? Não sei... quando? Não sei... nada sei! E é isso que me sufoca a cada segundo. A ansiedade por encontrar uma fórmula correta, um caminho verdadeiro, que me leve a felicidade. Mas o que é felicidade?
Não preciso responder que... não sei. É um carro novo? Um grande amor? O emprego perfeito? A protagonista de um filme de Hollywood? Chega! Chega! Vamos por passo...É preciso viver o presente e não pensar em possibilidades do futuro. Mas não consigo! Pensando assim até parece que é fácil mas não é! Quando menos, espero me enclausuro no tempo e nas suas devidas possibilidades.
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Estou grudenta
Sabonete desliza pela pele bolinhas brotam do corpo como células de bactérias. Tortura ocular, olhos de sangue, som que penetram nas unhas em forma de espinhos. Giros, giradas, girassol, gira mundo, gira olho, gira gema, gira boia, gira gina, gina jana. Sala salão salinha saladinha inha aiaiai cadê a gina? Ou gira??Um corpo sem ação (vida) não se comunica, sozinho será a gira ou Gina? Ei você... você mesmo... você é de verdade?Corpo gordura, gelado geme, gordo, grita. Meia volta vou verMeia volta vou verMeia volta vou verQue saco deixa eu ver a meia volta só uma vez. Sai daí corpo morto sozinho sem vida.
Palavras saltitantes
Lemas vontade
Língua medo
Dedos paredes claras
Pés paredes escuras
Loucura que cura os
Desejo corpos de dentro
Apenas deixar o corpo no chão... não morto como o da Gina ou gira.
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Qual caneta eu pego pra escrever isso, hein?
Eu gosto das mais gordinhas, fofas, cheias de tinta. Não me interessa muito aquelas com tinta pela metade ou menos, já meio ofuscadas e com a pontinha de cima rachada, e que expande rachaduras para o resto do corpo da caneta. Macias, fofas, gordas, gordas, gordas, gordas, górdans, górdans, fofas, fófans, fófans, fóóóóófas.
As secas e quebradiças não prestam. Podem até quebrar o galho, mas no final das contas quem acaba ficando mais tempo com você são as gordas e fofas com bastante tinta...
AhhhhhhhhhhhhhhEhhhhhhhhhhhhhhIhhhhhhhhhhhhhhh
Ansiedade e nostalgia na permanência
Poderia ter mantido o movimento como ele se apresentou no início, mas condições corporais de esgotamento motivaram a transformação.Acontece que a condensação do movimento em torno de um conceito também expande as possibilidades de caminhos para ele. Num exercício de permanência isso se mostra como uma condição a ser desafiada, afinal, o objetivo é permanecer seja no movimento, na transformação ou na negação. Eu me perdi na transformação. E esse território se mostrou potente mais ao fim do exercício.
Os movimentos não se conectavam mais com o conceito ou com o movimento que o gerou no início do exercício. Eles agora geravam ansiedade: em saber o por quê deles naquele contexto; qual seria o próximo movimento, impulso; de que forma eles se relacionavam com o caminho percorrido até então. Essa ansiedade gerou, por fim, uma nostalgia. Os movimentos do fim não me satisfaziam mais como os que busquei no início e sentia saudades deles. No começo me sentia bem porque estava em um movimento que tinha sentido pra mim, era simples, bonito, gostoso, estava ali, podia entender sua motivação. Mas precisei sair dele.
Me gerou um conforto e no momento que percebi isso abri mão do conceito que tinha elaborado até então e me coloquei num território distante dele, confuso, sem sentido ou coerência. E foi nesse momento final que caminhei para escrever e o movimento de procurar a caneta foi o impulso da escrita automática. A primeira parte do exercício estava alojada em alguma parte do meu corpo mas o que impulsionava a escrita eram as desconexões da segunda parte do exercício, em especial a última caminhada que me levou até o caderno e a caneta.
A minha dificuldade de permanência...
a partir daí é que comecei a investigar realmente a permanência (no sentido introspectivo), buscando as motivações que me levaram até lá...
e porque essa imagem me chamou tanto a atenção. Quando eu estava realmente "catártica" no exercício ele se encerrou...
Agora entendo a didática da permanência e estou ansiosa para experimentá-la novamente!
como descer de um carrossel rodando muito forte???
E a permanencia tenta ficar mais é expulsa por um movimento externo rsrsrsr aiaiaiaiai , o corpo quer fazer coisas e minha cabeça quer degustar outras .Como encontrar a permanencia dentro de uma ansiedade constante???
Bem abri demais minha visão no exercicio que fiquei vendo ate o que não devia rsrsrsrsr, mas me sinto um ser que senti a permanencia... mais a permanencia permanece ansiosa.bjs e vamos nos falando e bom feriado para todos.
Às vezes parece que a gente não sabe muito bem...
Acho que é isso que aconteceu no exercício de segunda. Uma ansiedade de ter logo o que fazer e mexer, e querer ficar logo na permanência, mas a permanência não acontecia muito..O corpo não obedecia a cabeça, mesmo trabalhando juntos, o impulso do corpo-querer, é muito maior do que o querer da mente.
Minha mão depois da relação com a Pati, parecia que era algo além do meu braço, uma extensão muito maior que não podia ficar parada! A minha ansiedade pra mexer ou usar ou pegar algo, era muito maior do que mexer as pernas, por exemplo.
Nos poucos momentos de permanência, não permaneci, só parei, queria parar para recomeçar, o que acontece é uma dissipação da própria pele, algo que fica gordo e quer sair....é isso, acho que cheguei num ponto pra poder simplificar o que senti nesse momento de “ansiopermanedade”:
- corpo gordo- frio- quente- calafrio- mão grande- corpo pequeno- saudade- nervoso- precisão- dissipação
29/04/09 Kelly Eshima



